O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, morreu nesta terça-feira, aos 89 anos, em Montevidéu. A notícia foi confirmada por fontes próximas ao político e pelo atual governo uruguaio. Considerado um dos líderes mais carismáticos e éticos da América Latina, Mujica ficou conhecido mundialmente por seu estilo de vida simples e por discursos marcantes em defesa da justiça social.
Quem foi Pepe Mujica?
José Mujica foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015. Antes de ingressar na política institucional, Mujica foi militante do grupo guerrilheiro Tupamaros, durante a ditadura uruguaia. Após passar 14 anos preso, tornou-se símbolo da transição democrática no país.
Como presidente, Mujica adotou políticas progressistas e ganhou destaque internacional por abrir mão de luxos, morando em uma chácara simples e doando a maior parte do seu salário. Ele também liderou a legalização da maconha no Uruguai, sendo um dos primeiros países do mundo a regulamentar a substância.
O impacto de sua morte no Uruguai e no mundo
A morte de Mujica gerou comoção nacional e homenagens de diversas figuras políticas e líderes internacionais. O atual presidente uruguaio declarou luto oficial de três dias. No Brasil, personalidades como Luiz Inácio Lula da Silva e partidos de esquerda lamentaram a perda.
Nas redes sociais, a hashtag #GraciasPepe se tornou uma das mais utilizadas no Twitter, refletindo o carinho popular por sua figura e seu legado político.
Frases e ideias que marcaram sua trajetória
Conhecido por sua oratória simples e profunda, Mujica deixou diversas frases que sintetizam sua visão de mundo. Em um discurso na ONU, disse: “O poder não muda as pessoas, apenas revela quem elas são.” Essa e outras declarações fizeram dele uma referência ética para muitos jovens ativistas.
Seu livro mais recente, “Una oveja negra al poder”, escrito com Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, narra sua trajetória política e seus anos de prisão. A obra se tornou um best-seller na América Latina.
Legado de simplicidade e ética na política
Pepe Mujica será lembrado não apenas como ex-presidente, mas como uma figura humana que optou pela coerência entre o discurso e a prática. Sua trajetória inspira líderes e cidadãos a acreditarem em uma política mais ética, solidária e humana.
Seus restos serão velados na sede do Senado uruguaio, com previsão de cortejo até o Cemitério Central de Montevidéu. O evento deverá reunir milhares de admiradores.